27 de maio de 2014
Eu estava sentada no banco de uma praça, à espera, quando ele surgiu ao longe. Eu estava de costas e não o vi pisar os ladrilhos gastos da praça e assobiar para um ou dois passarinhos que lhe pousaram no caminho, em minha direção.
Foi assim que me contaram o sonho. Foi assim, num sonho de alguém, que conheci Gabriel García Márquez.
Depois daquele sonho, voltei a encontrá-lo muitas vezes. Abro um de seus belos livros e sonho. Ele me conta as mais fiéis mentiras e inventa mundos para eu morar.
Querido Gabriel, é, quase sempre seu, o último livro que fecho antes de dormir. E todas as noites, daqui do meu quarto, vejo o banco daquela praça na lembrança, sento-me diante do livro e antes de adormecer, começo a sonhar.