terça-feira, 24 de junho de 2014

| Iris de Guimarães |

10 de junho de 2014


Foi entre aquelas fotos guardadas e quase esquecidas que encontrei seu rosto. Naquele retrato teu, que você me deu, a fotografia estava perfurada pelas traças. Ali, gravado na superfície do papel envelhecido, apenas a vaga lembrança do seu rosto estava a salvo dos temperamentos do tempo. 

Hoje, segurando sem muita certeza aquele retrato, olhei teu rosto e alguma coisa mais de você, guardado em meus esquecimentos e não reconheci meus olhos nos teus olhos naquele retrato. Não reconheci o desejo dos teu olhos e nem aquela minha vontade ingênua dos teus beijos. 

Quem era eu, quem era eu quando ainda te amava naquele retrato?