02 de setembro de 2014
Quando entrei na sala em que daria aula depois do recreio, as crianças correram em minha direção para me dar abraços e beijos, como em todas as minhas chegadas. Algumas para me contar divertidas estórias do recreio, outras para me confiar seus pequenos segredos de criança.
Depois, enquanto os colegas um a um se sentavam em seus lugares, notei que Eduarda organizava seu material escolar na sua mochila e, de pé ao lado da carteira, dançava e ria, sozinha, com seu jeito engraçado de menina de oito anos. Perguntei, sem me perguntar por que perguntava isso à Eduarda:
- Por que você está dançando assim no meio da sala de aula, Eduarda?
- Não sei... - ela respondeu ainda dançando - você tem que perguntar pra minha alma, porque é ela que tá fazendo isso.
Achei bonita a resposta e a alegria da alma de Eduarda. E disse para mim mesma, que não faria mais perguntas como essa, que a alma não necessita de explicações.
Coloquei meus livros em cima da mesa, me aproximei da pequena Eduarda e perguntei:
- Eduarda, a sua alma ensina a minha alma a dançar?