terça-feira, 16 de setembro de 2014

| Iris de Guimarães |

02 de setembro de 2014



Quando entrei na sala em que daria aula depois do recreio, as crianças correram em minha direção para me dar abraços e beijos, como em todas as minhas chegadas. Algumas para me contar divertidas estórias do recreio, outras para me confiar seus pequenos segredos de criança.

Depois, enquanto os colegas um a um se sentavam em seus lugares, notei que Eduarda organizava seu material escolar na sua mochila e, de pé ao lado da carteira, dançava e ria, sozinha, com seu jeito engraçado de menina de oito anos. Perguntei, sem me perguntar por que perguntava isso à Eduarda:

- Por que você está dançando assim no meio da sala de aula, Eduarda?
- Não sei... - ela respondeu ainda dançando - você tem que perguntar pra minha alma, porque é ela que tá fazendo isso.

Achei bonita a resposta e a alegria da alma de Eduarda. E disse para mim mesma, que não faria mais perguntas como essa, que a alma não necessita de explicações.

Coloquei meus livros em cima da mesa, me aproximei da pequena  Eduarda e perguntei:

- Eduarda, a sua alma ensina a minha alma a dançar?