terça-feira, 14 de outubro de 2014

| Iris de Guimarães |

30 de setembro de 2014





Contei para ele, ainda um pouco tensa, que tive um pesadelo na noite passada. Contei que entrava, numa estrada sem margens, num ônibus sem guia e sem passageiros. Um ônibus que se movia num tempo impreciso, sem paisagens e que eu não me afligia tanto por estar indo a um lugar desconhecido, sozinha e com medo,  mas pela angústia de nunca vir a chegar até o meu destino: ele. 

Quando terminei de contar o sonho, ele me olhou com aquele seu olhar de abrigo,  e para me resgatar da lembrança ruim daquele sonho, ele me disse: 

- Eu iria te buscar. 

Amor, esta noite quando eu me deitar, não terei mais medo dos sonhos. Eu sei que do outro lado do sono, o teu amor me espera acordar, e se eu me demorar um pouco no sonho, você vai me buscar.